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Singrando os mares e construindo o futuro

Carnaval 2005

Samba Enredo

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Autores: André Diniz, Prof. Newtão, Sidney Sã e Miguel Bedê

Intérprete: Tinga

Olokum abre caminhos no mar
Pra minha Vila passar
Depois da tempestade
Branca paz, felicidade, a bonança
O azul retorna ao seu lugar
O povo de Noel singra a história em direção
À arca de Noé que navegou pra salvação
Egito que embarcou, cultura milenar
À fria região, com viking a velejar
A proa da ambição, fez brilhar

Caravela leve a Vila, Oriente
O paraíso é aqui, vem descobrir
O feitiço dessa gente

Lágrimas corriam no semblante do negro
Oceano de lamento nos tumbeiros
Jangadeiros sobre a bravura de um dragão
Negavam desembarcar a escravidão
Num cisne branco flutua
a luz do almirante em noite de lua
O Barão de Mauá, se fez pioneiro
Na construção naval
Que volta a soprar de cada estaleiro
Ventos da indústria nacional

É carnaval um Rio de prazer
Cada turista que chegar vai ver
É linda a Vila balançando nas ondas do mar
Rumo a vitória navegar

Sinopse do Enredo

Altaneira e intrépida a Vila Isabel pede passagem.

Reverencia Olukum, o Senhor dos Mares.

E volta ao tempos bíblicos para contar a História da Navegação. Uma pomba branca retorna trazendo um ramo de oliveira. É o fim do dilúvio. Desponta uma belíssima aurora. Um esplendoroso arco-íris anuncia uma aliança entre os céus e as terras. Dentre as brumas, surge triunfante a Arca de Noé. Cheia de vida ela é o símbolo do renascer e o exemplo do saber popular que diz "Depois da tempestade vem a bonança".

O tempo passa. Muitas civilizações aconteceram e algumas desenvolveram a navegação marítima. Destacou-se o Egito, assombrando o mundo com os altares a seus deuses e sua imensa sabedoria.

Ao Norte, vindos de regiões frias, com poderosos barcos, os vikings invadiram a Europa e outras terras, alterando fronteiras e demarcando novas geografias. E o mundo teve certeza que era um globo terrestre com o início das grandes circunavegações. Tudo teve início em Portugal, na Escola do Infante Henrique de Sagres. As caravelas começaram a enfrentar os mares em busca dos caminhos para o Oriente. Todos sonhavam com seus fascínios e riquezas. E o Brasil foi descoberto.

Os navegantes portugueses pensaram que tinham chegado nas índias orientais. Por isso chamaram nossa gente de índios. Obrigados ao trabalho forçado, nossos silvícolas revoltaram-se. Houve guerras.

Os brancos europeus iniciaram uma das páginas mais dramáticas de nossa história, a escravidão negra. O horror dos navios negreiros. A resistência cultural do africano aconteceu. Trazendo no corpo, na alma e no espírito a força dos seus deuses e ancestrais. Em nossas terras, o negro pariu uma nova mãe África. Somos nós um Brasil miscigenado, buscando seu futuro glorioso. Houve luta.

Mesmo proibida, a escravidão continuava a fazer seu maldito tráfico. No Norte, Francisco José do Nascimento, conhecido como o "Chico da Matilde", chamado também de "O Dragão do Mar", recusa-se a fazer o desembarque de novos escravos. É a chamada Revolta dos Jangadeiros. Além dele, há outros heróis.

O pulso firme e a mente brilhante fizeram do Almirante Tamandaré uma figura admirada e respeitada. Sua imagem lembra um majestoso cisne branco, navegando em noite estrelada, esperando um novo dia raiar.

Um outro grande vulto nacional é o Barão de Mauá, que iniciou a indústria naval no Brasil, que hoje retoma seu fôlego construindo até plataformas em alto mar. A construção de navios de médio e grande porte emprega centenas de pessoas das mais diferentes categorias. Estimula a formação de novos profissionais. O transporte marítimo, pelas suas facilidades, traz inúmeras vantagens em várias direções. É um atestado de nossa capacidade de planejar e realizar.

Atualmente, cruzeiros marítimos de luxo trazem até nós turistas que ficam maravilhados com as potencialidades deste país.

Aplaudem a força de nossa cultura popular, onde se destaca o Carnaval, hoje considerado como o Maior Espetáculo da Terra.

Através dos mares o Brasil cresceu. De caravelas a modernos transatlânticos escrevemos uma trajetória. A retomada da construção naval garantirá avanço altamente promissor à nação. E na vibração e entusiasmo de seu Carnaval a Vila Isabel exalta os milênios de navegações singrando os oceanos, rumo ao futuro.

Que toquem bem alto os tambores, repeniques e agogôs...

Girem queridas baianas e sestrosas mulatas!

Imponente, vai desfilar a tradicional Escola do bairro de Noel, pois "sambar na avenida, de azul e branco é o nosso papel, mostrando pro povo que o berço do samba é em Vila Isabel".


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